O ambiente está imerso em escuridão. O único lampejo de luz que visualizo são os raios que cortam o céu prenunciando uma grande tempestade.
Um rápido flash de luz e em seguida o silêncio estarrecedor. Depois o som estrondoso de um trovão. Sinto nas entranhas de minha alma a chama ardente que me consome durante os dias e as noites.
O silêncio que parece infinito acentua meus pensamentos malditos, quase posso sentir o calor de sua pulsação, mesmo que não estejas aqui agora.
Agonia, dor e amor se misturam em quantias dolorosamente iguais, fazendo com que meus sentidos fervilhem! E mais uma vez a escuridão é invadida por um rápido lampejo de luz e depois o silêncio…
Sinto a respiração ofegante e o arrepio que percorre o meu corpo todo, em seguida o estrondo de mais um trovão, trazendo a esperada chuva que apesar de intensa, cai como um bálsamo para esta alma atormentada.
Agora não há mais o doloroso silêncio, apenas o som das gotas que caem apressadas do céu, desesperadas por cumprir a missão de molhar a terra e a tornar mais fértil e promissora.
O som da chuva acalenta a dor, que vem com uma força espantosa, chega ao seu ápice e vagarosamente acaba se esvaindo trazendo alívio e uma momentânea sensação de paz.
Meu corpo pesa sobre o leito, os músculos, antes retesados, vão aos poucos relaxando, mas a mente… Esta nunca vacila! Está sempre à espreita, sempre com pensamentos amaldiçoados pelo bom senso de quem sabe que amar é correr o risco de sentir dor.
Enfim adormeço, mas não sem antes perceber o ultimo flash que ilumina a escuridão do quarto e me trás novamente o perturbador silêncio que precede o trovão.
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