Não me subestime porque sou uma mulher. Não me olhe com desdém porque não tenho tanta força física, não cuspo no chão e não falo alto, você não é melhor do que eu.
Eu posso te superar e para isso não preciso usar a força, prometo nem mesmo alterar o tom da minha voz, que para você continuará a ser sempre um sussurro.
Até quando a intolerância prevalecerá e você se considerará superior, quando, no entanto precisamos um do outro?
Você é tão forte… Mas chora como um menino quando seus projetos de vida não saem ao seu modo.
Você é tão seguro, mas se desespera quando percebe o meu olhar parando em outro.
Por que me subestima tanto?
Você não sente a natureza se manifestando em seu corpo uma vez a cada mês. Não sente a vida e a morte em um ciclo interminável, que me dilacera, me tortura e me fortalece a cada lua cheia que se apresenta no céu. Não sente a dor que me divide ao meio, me faz enlouquecer e que se esvai por entre o meu ventre me tornando energicamente mais forte, pronta para gerar vida e transformar o mundo. O seu mundo…
Você tem tantos conhecimentos, fala com desenvoltura sobre tantos assuntos, mas será que toda a sua cultura não é capaz de fazê-lo entender?
Tem certeza de que está no controle?
Por que presta tanta atenção aos que me rodeiam e sucumbem aos meus encantos? Eles o ferem de algum modo?
Não quero que sinta ciúmes. Quero que compreenda que posso ser tão livre quanto você, que tenho as mesmas possibilidades de aventuras e isso não me torna melhor ou pior, apenas igual a você.
Você escuta a minha voz a cantarolar uma canção e não se dá conta de que a letra fala exatamente dos meus sentimentos por aquele que, mesmo moldado pelo machismo existente em abundância na sociedade, despertou com a sua força de espírito a minha curiosidade feminina.
Será que ainda assim não sente a sutileza das minhas manipulações?
Não subestime a minha inteligência, eu sei o que fazer. Por mais delicada que eu possa parecer, enxergo com o coração e jamais me engano.
Você será meu, é inevitável. Eu o escolhi…
[…] SubESTIMAR Novembro, 2008 5 […]
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