Retrospectiva de leituras 2020

30 12 2020

Após um hiato sem publicar a retrospectiva anual de leituras, decidi expor os livros que me acompanharam no intervalo entre os demais projetos pessoais ao longo deste ano desafiador.

Como sempre, a lista é variada, tem de tudo! E ainda assim porque cito somente os livros de ficção, deixando de lado os livros texto de outras disciplinas que estudo, como por exemplo os de Tarot, Reiki e Yoga.

Vamos à lista que não está extensa, mas que me deixou bem orgulhosa por ter conhecido verdadeiras obras de arte.

– Romancista como vocação – Haruki Murakami

– Duna – Frank Herbert

– A mão esquerda da escuridão – Ursula K. Le Guin

– Neuromancer – William Gibson

– Sobre a escrita – Stephen King

– Orgulho e Preconceito – Jane Austen

– Stardust: O mistério da estrela – Neil Gaiman

– Sejamos todos feministas – Chimamanda Ngozi

– Eu sou Malala – Malala Yousafzai

– Má feminista – Roxane Gay

– O conto da aia – Margareth Atwood

– 1984 – George Orwell

– Sobre a brevidade da vida – Sêneca

– A abadia de Northanger – Jane Austen

– Psicose – Robert Block

– O milagre da manhã – Hal Elrod

– O caminho do artista – Julia Cameron

– Fotografia: um guia para ser fotógrafo em um mundo onde todos fotografam – Daniela Agostini, Heloísa Alessio e Thomas Degen

– São Paulo Noir – Tony Belotto (org.)

– Simplesmente bruxa – Gabi Violeta

– Wicca: Guia do praticante solitário – Scott Cunningham

Duna, do Frank Herbert superou todas as expectativas! Enredo maravilhoso, instigante, bem amarrado, um clássico!

O autor criou um universo fascinante que me deixou imersa em reflexões pós leitura por bastante tempo. Sinceramente eu não sei por onde começar a comentar, não sei se falo da especiaria, dos fremen, das Bene Gesserit, da Guilda ou dos poderes perturbadores do Paul Atreides. Fora os gigantescos vermes e a guerra entre duas casas maiores, que movimenta a trama. Duna já está no topo da minha lista Top 5 de FC e confesso que estou ansiosa para ver a adaptação para os cinemas em 2021.

Empolgada com o primeiro enredo de FC do ano, puxei A mão esquerda da escuridão da estante e embarquei na missão de Genly Ai no planeta Gethen. E concordo que faz muito sentido diversos escritores se referirem à Ursula K. Le Guin como uma das escritoras mais talentosas dentro da ficção científica. A história é bem original, principalmente na forma como os habitantes do planeta Gethen lidam com a sua sexualidade, vale muito a leitura!

Neuromancer me decepcionou um pouco. Claro que merece toda a badalação e reconhecimento que tem, afinal foi bastante inovador para a sua época, descrevendo um mundo cyberpunk, com IAs e personagens socialmente degradados para um mundo que tinha o Windows 95 como conceito de inovação. Serviu de inspiração para a trilogia Matrix, ganhou diversos prêmios importantes, mas… Na minha opinião, muito mais por conta da originalidade dos conceitos que apresenta do que pelo enredo. Achei a história truncada, confusa; mas recomendo a leitura a todos que, como eu, gostam de tecnologia e cenários bem descritos.

Aproveitando a onda de leituras dos clássicos, li Orgulho e Preconceito, da Jane Austen sem qualquer expectativa, achando, inclusive, que iria me aborrecer com um livrinho romântico, porém fui surpreendida! E ressalto dois pontos que achei interessante neste livro: primeiro o contraste de personalidade das cinco irmãs e segundo a voz irônica da autora permeando o texto, a cereja o bolo, eu diria. Da autora também li A abadia de Northanger, mas Orgulho e Preconceito segue, até então, como o meu favorito.

Entusiasmada com protagonistas femininas passei para O conto da aia, da Margareth Atwood acreditando, ao final do livro, que tinha lido a distopia mais sufocante do ano, contudo essa sensação durou somente até ler 1984 do Orwell. Gente… que cenário aterrador! Não ter liberdade nem mesmo de pensamento é algo preocupante em grau elevado. Falar mais sobre o livro pode estragar a experiência de leitura, certo companheiro?

E falando sobre liberdade de ideais e pensamentos, adorei a autobiografia Eu sou Malala, da Malala Yousafzai, livro muito bem escrito e instrutivo. Malala, uma garota de 15 anos, foi baleada por terroristas do Talibã ao se recusar a obedecer ao terrorismo imposto que, dentre outros atos de intolerância, proibia meninas de frequentar a escola.

Inspirada por Malala, procurei por mais livros sobre empoderamento feminino e me deparei com Sejamos todos feministas, da Chimamanda Ngozi, um livro curtinho e que deveria ser leitura obrigatória para todos, em todas as idades.

Finalizo os comentários sobre as leituras mais marcantes de 2020 com Psicose, do Robert Block. Muitos não sabem que o filme do Hitchcock foi baseado neste livro, eu mesma não sabia e digo que o enredo do livro é tão bem elaborado quanto o roteiro do filme, ideal para quem curte romances policiais ou mesmo romances com terror psicológico.

É isso, ano que vem tem mais, muito mais! 😊





Retrospectiva de Leituras 2012

25 12 2012

Mais um ano se passou. 2012 foi um ano de muitas conquistas, grandes aprendizados e a certeza de que ainda há muito o que aprender. Não alimentei a mais remota expectativa de que atualizaria este espaço ao longo do ano, porém há algo em que reluto não publicar: a lista de livros que consegui ler neste período. Está bastante enxuta para uma escritora – confesso – porém tentei ser o mais eclética possível, é parte da minha estratégia pessoal. 😉

– O guia do mochileiro das galáxias – Douglas Adams

– O restaurante no fim do universo – Douglas Adams

– A vida, o Universo e tudo o mais – Douglas Adams

– Até mais e obrigado pelos peixes! – Douglas Adams

– Praticamente inofensiva – Douglas Adams

– Os homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson

– A menina que brincava com fogo – Stieg Larsson

– A Rainha do castelo de ar – Stieg Larsson

– Gen Pés Descalços – O nascimento de Gen, o trigo verde – Keiji Nakazawa

– Gen Pés Descalços – O trigo é pisoteado – Keiji Nakazawa

– O jardim de ossos – Tess Gerritsen

– A Cabana – William P. Young

– Os arquivos de Sherlock Holmes – Sir Arthur Conan Doyle

– O livro da Bruxa – Roberto Lopes

– O guia do viajante inteligente – Erik Torkells

– O mistério da cripta amaldiçoada – Eduardo Mendoza

– Fahrenheit 451 – Ray Bradbury

– Steve Jobs – A Biografia – Walter Isaacson

– O nome da Rosa – Umberto Eco

– O livro dos Espíritos – Allan Kardec

– O livro dos Médiuns – Allan Kardec

– O Guia Politicamente Incorreto da Filosofia – Luiz Felipe Pondé

– A Revolução dos Bichos – George Orwell

– Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros – Seth Grahame-Smith

– Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída… – Kai Hermann e Horst Rieck

– Alice no país das maravilhas – Lewis Carroll

– O mágico de Oz – L. Frank Baum

– Sex and the City – Candace Bushnell

– Os delírios de consumo de Becky Bloom – Sophie Kinsella

– O diário de Bridget Jones – Helen Fielding

– O Diabo veste Prada – Lauren Weisberger

– A arte da ficção – David Lodge

– As Crônicas de Nárnia – C.S. Lewis

– Manual do Detetive Virtual – Wanderson Castilho

– A Bíblia das Bruxas – Janet e Stewart Farrar

– O Guardião da Meia Noite – Rubens Saraceni

– A Parisiense – Ines de La Fressange

Comecei o ano com “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, série bastante festejada pelos nerds de plantão, tendo até mesmo o dia da toalha para comemorações. É engraçadinha, mas somente isso. Depois do segundo livro as piadas começam a dar sinais de monotonia e acabei lendo somente para fechar a série.

Depois fui apresentada à Lisbeth Salander, da Trilogia Millenium e, sim, virei sua fã incondicional! Nesta série provei um pouco de tudo que mais gosto na literatura: suspense policial, uma personagem feminina inteligente e durona e um enredo com histórias menores interessantes. Vale a pena!

Em certo momento decidi que queria uma série de mangá para chamar de minha e topei com a obra de Keiji Nakazawa (o autor faleceu este ano, no ultimo dia 19) na série Gen, Pés Descalços. Na minha opinião é leitura obrigatória para toda esta geração que não conhece as histórias de horror da segunda guerra mundial, uma lição sobre o que o homem é capaz, para o bem e para o mal. Li apenas os dois primeiros volumes (são dez no total) e gostei bastante.

Motivada pelas lembranças do mosteiro de Varlaan, na Grécia, li “O Nome da Rosa”. É uma leitura difícil, com muitas passagens escritas em latim, com todos os rituais diários de um mosteiro descritos minuciosamente na primeira parte, mas uma vez que se “pega o jeito” da história o enigma sobre a morte dos monges vai te conduzindo para um desfecho interessante.

Me diverti horrores com “O Guia Politicamente Incorreto da Filosofia” e com “A Revolução dos Bichos”, dois livros que valeu a pena ler e sérios candidatos a uma releitura, qualquer dia desses.

“Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída…”, fez com que eu torcesse desesperadamente pela recuperação da Christiane, mas… Na minha visão os pais deveriam incentivar seus filhos a ler este relato, mostra como a curiosidade pode matar o gato.

Depois de leituras tão densas tomei uma dose de ‘leituras para mulherzinhas’, para dar uma equilibrada. Bridget Jones, Becky Bloom, Carrie e Andrea me fizeram companhia durante um mês. Dos quatro livros gostei mais de “O Diabo veste Prada” e fiquei sem entender como um livro tão sem graça como “Sex and the City” deu origem a uma série tão divertida.

Passeei também pelos campos verdejantes da literatura infantil e eliminei o pecado de não ter lido ainda “O mágico de Oz”, “Alice no país das maravilhas” e “As Crônicas de Nárnia”.

E é isso. Ano que vem tem mais, muito mais! 😉





Retrospectiva de Leituras 2011

19 12 2011

Confesso que este ano não fui assídua na atualização do blog, vários projetos em andamento me fizeram não dar a devida atenção a este espaço. Porém como já é de praxe, apresento a retrospectiva de leituras deste ano, afinal até dá para adiar a escrita, mas a leitura não! 😉

– A Batalha do Apocalipse – Eduardo Spohr

– Banquete com os Deuses – Luis Fernando Veríssimo

– Édipo Rei – Sófocles

– Fábulas – Esopo

– Micromegas e outros contos – Voltaire

– Orgias – Luis Fernando Veríssimo

– Tratado sobre a Tolerância – Voltaire

– Dr. Negro e outras histórias de terror – Arthur Conan Doyle

– Comédias para ler na escola – Luis Fernando Veríssimo

– O Jardim do Diabo – Luis Fernando Veríssimo

– Palavras de Sabedoria – Dalai Lama

– Assassinato na Academia Brasileira de Letras – Jô Soares

– Morangos Mofados – Caio Fernando Abreu

– Memória de minhas putas tristes – Gabriel Garcia Marquez

– Os devaneios do caminhante solitário – Jean Jacques Rousseau

– Piratas de Dados – Bruce Sterling

– De Roswell a Varginha – Renato Azevedo

– Água Viva – Clarice Linspector

– Uma breve história do Mundo – H.G. Wells

– A queda de Atlântida – A teia da luz – Marion Zimmer Bradley

– A queda de Atlântida – A teia das trevas – Marion Zimmer Bradley

– Os Ancestrais de Avalon – Marion Zimmer Bradley

– A Megera Domada – William Shakespeare

– O morro dos ventos uivantes – Emily Brontë

– Como manipular pessoas – Robert-Vincent Joule e Jean-Léon Beauvois

– Os Corvos de Avalon – Marion Zimmer Bradley

– O médico e o monstro – R. L. Stevenson

– Uma estação no inferno – Artur Rimbaud

– A Orgia dos Duendes – Bernardo Guimarães

– A Cartomante – Machado de Assis

– Perdas e Ganhos – Lya Luft

– A Casa da Floresta – Marion Zimmer Bradley

– A Senhora de Avalon – Marion Zimmer Bradley

– A Sacerdotisa de Avalon – Marion Zimmer Bradley

– Tempos de Algória – Richard Diegues

– A fantástica literatura Queer Vol.Vermelho – Vários Autores

– Contos e Lendas do Egito Antigo – Brigitte Évano

– Histórias de fantasmas – Charles Dickens

– Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley

– A Guerra dos Tronos: As crônicas de gelo e fogo – George R.R. Martin

– A droga do amor – Pedro Bandeira

– O fantasma de Canterville – Oscar Wilde

– A esfinge sem segredo – Oscar Wilde

– Histórias da meia noite – Machado de Assis

– O livro maldito – Christopher Lee Barish

– Quebra Tudo! – Ricardo Jordão

– Contos de Fadas – Perrault, Grimm, Andersen e outros

– A noite das Bruxas – Agatha Christie

– A fantástica literatura Queer Vol. Laranja – Vários Autores

– Dália Negra – James Ellroy

– Sobre histórias de Fadas – J. R.R. Tolkien

– O Perfume, a História de um assassino – Patrick Suskind

– A Paixão segundo G. H – Clarice Linspector

– Extraneus 1: Medieval Sci-Fi – Vários Autores

– Extraneus 2: Quase Inocentes – Vários Autores

– Extraneus 3: Em nome de Deus – Vários Autores

O ano de leituras começou bem com a “Batalha do Apocalipse”, de Eduardo Spohr, um livro com enredo longo, mas muito interessante e bem amarrado, que merece toda a badalação feita em torno dele.

Comecei a ler também livros dos filósofos do iluminismo, Voltaire e Rousseau. Voltaire, sempre afiado e irônico com suas “Micromegas e outros contos”, mas que na verdade conquistou minha atenção com o “Tratado sobre a Tolerância”. Já seu desafeto Rousseau, cujas linhas me fizeram imagina-lo como um filósofo incompreendido e constantemente perseguido por inimigos, me ganhou pela empatia, curti muito “Os devaneios do caminhante solitário”. Na verdade meu intuito é entender o pensamento destes filósofos como parte da pesquisa para um romance que, se tudo correr conforme o planejado, será escrito em 2012.

Foram muitas leituras boas em 2011, mas a que mais gostei foi, sem dúvida “A queda de Atlântida – A teia da luz”, da Marion Zimmer Bradley. Na verdade este é o primeiro livro do que costumo chamar de mega saga de Avalon, onde ao longo de 11 volumes os fãs das histórias de Sacerdotisas, Magos e busca espiritual conhecem a trajetória de diversos personagens que, após muitas vidas, aparecem renascidos nas Brumas de Avalon.

Foi muito legal ler também “Tempos de Algória”, do Richard Diegues, primeiro livro dentro do Universo de Todos os Olhos e que faz crossover com o Universo da Serpente Sagrada, cenário do meu livro com sabor de mitologia grega, a ser publicado em 2012.

Fui fisgada pela saga da Guerra dos Tronos! Apesar de ter lido apenas o primeiro volume, deixo a promessa de ler os demais no próximo ano, esta sei que não será difícil de cumprir.

Ah! E ganhei de presente de um colega de trabalho muito talentoso e querido (bjitos Douglas!) o livro “Quebra Tudo!”, do Ricardo Jordão, com dicas maravilhosas para o dia a dia do mundo corporativo e por que não também para os demais aspectos da vida?

E descobri que além de curtir romances policiais, agora também me apaixonei por romances policiais no melhor estilo noir. O culpado? James Ellroy com seu romance “Dália Negra”. Claro que já tenho outro romance dele nos planos de leitura de 2012: “Los Angeles, Cidade Proibida”. Aposto que será diversão garantida!

Outro livro que veio quase na sequencia de leituras foi “O Perfume, a História de um assassino”, do Patrick Suskind, uma história muito bem elaborada, com descrições perfeitas. O leitor quase pode sentir os aromas descritos por Suskind, maravilhoso!

E é isso. Ano que vem tem mais, muito mais! 😉





Retrospectiva de Leituras 2010

27 12 2010

 

– Cândido ou o Otimismo – Voltaire

– O silêncio dos inocentes – Thomas Harris

– Hannibal – Thomas Harris

– Dragão Vermelho – Thomas Harris

– Os melhores contos brasileiros de ficção científica – Roberto de Sousa Causo

– Estudos sobre a leveza – Fernando de F. L. Torres

– O Diário do Diabo – O Próprio

– O Escaravelho do Diabo – Lúcia Machado de Almeida (Releitura)

– O demônio da meia-noite – Luiz Galdino (Releitura)

– A mulher de trinta anos – Honoré de Balzac

– Mar morto – Jorge Amado

– Cinco minutos – José de Alencar

– Aventuras inéditas de Sherlock Holmes – Sir Arthur Conan Doyle

O Ritual Musgrave e Outras Histórias – Sir Arthur Conan Doyle

– Um escândalo na Boêmia e outras histórias – Sir Arthur Conan Doyle

– O signo dos quatro – Sir Arthur Conan Doyle

– O roubo da coroa de berilos e outras aventuras – Sir Arthur Conan Doyle

– O jogador desaparecido e outras aventuras – Sir Arthur Conan Doyle

– O cão dos Baskervilles – Sir Arthur Conan Doyle

O Vale do Terror – Sir Arthur Conan Doyle

Um estudo em vermelho – Sir Arthur Conan Doyle

– A juba do leão e outras histórias – Sir Arthur Conan Doyle

O ultimo adeus de Sherlock Holmes – Sir Arthur Conan Doyle

– O vampiro de Sussex e outras histórias – Sir Arthur Conan Doyle

– O Enigma do Coronel Hayter e Outras Aventuras – Sir Arthur Conan Doyle

– O símbolo perdido – Dan Brown

A Filha da Noite – Marion Zimmer Bradley

– A Droga da Obediência – Pedro Bandeira

– Kama Sutra XXX – Alicia Gallotti

– Delta de Vênus – Anaïs Nin

– O doce veneno do escorpião – Bruna Surfistinha

O homem de gelo – Phillip Carlo

– Giselle, a amante do inquisidor – Mônica Castro

– Seu signo e suas vidas passadas – Elaine Bernardes

O jogo do eu – R.D. Silva

– A Magia dos sonhos – Adilson Rodrigues

– Calunga – Tudo pelo melhor Luiz Gasparetto

– A magia dos anjos cabalísticos – Mônica Buonfiglio

A lista não está longa quanto nos anos anteriores, descobri que ler ao fim do dia, cansada depois de um dia de trabalho não é nada produtivo. O sono me vencia antes de terminar o terceiro capítulo da noite. Mudarei de tática em 2011.

Não apenas a lista está menor como também bastante diferente da lista planejada no início do ano, quando apresentei minha fila de leitura no texto O Guardião da Fila. Como muitos amigos e colegas de trabalho sabem o quanto gosto de ler, não é raro que espontaneamente me emprestem seus livros favoritos. Fico feliz por perceber que cada vez mais pessoas do meu círculo social (e que não são escritores) se interessem por leituras não acadêmicas ou obrigatórias.

A lista de livros devorados deixa clara a diversidade de leituras, seguindo minha idéia de que um escritor tem que ler de tudo para ampliar suas percepções entre os diversos gêneros e estilos de escrita.

Descobri Thomas Harris, um astuto escritor que embalou muitas das minhas noites com seus enredos de suspense policial, sensuais e inteligentes. Através de “O silêncio dos inocentes”, “Hannibal” e “Dragão Vermelho” constatei as diversas facetas do Dr. Lecter, um personagem do mal e perigosamente carismático. Ironicamente pretendia ler “Hannibal, a origem do mal” e acabei lendo os outros três, o “final” da saga de Lecter fica para o ano que vem.

Desta lista me arrependo das duas releituras: “O Escaravelho do Diabo” e “O Demônio da Meia Noite”, livros que marcaram minha pré-adolescência, mas que lidos por um par de olhos já adultos perdeu o encanto. Fica a lição e a promessa de não mais reler os livros desta época.

Passei boa parte do ano entretida com as investigações de Sherlock Holmes, foram quatro romances e nove coletâneas de contos, que muito me auxiliaram nas reflexões sobre os elementos que tornam as histórias convincentes e interessantes. Palmas para Arthur Conan Doyle!

Por conta de um projeto literário que tenho em mente, passei a ler também alguns exemplares da literatura erótica, como Anaïs Nin e Alicia Gallotti, que não me decepcionaram com “Delta de Vênus” e “Kama Sutra XXX”, respectivamente. Ficam na fila “Sexus”, “Plexus” e “Nexus”, ambos de Henry Miller e “Novelas nada exemplares” de Dalton Trevisan, a conferir.

Seguindo minha linha eclética de leituras, deixei espaço também para livros psicografados, como “Calunga – Tudo pelo melhor” e “Gisele – A amante do inquisidor”, ambos sugeridos por amigos. Recomendo a leitura entre um livro e outro de ficção, é interessante.

E quanto aos livros cuja leitura ficou para 2011? Não estou preocupada, sei que a fila mudará bastante ao longo do ano e que muitos outros livros chamarão minha atenção, me fazendo permutar as prioridades de leitura. Acredito que, como a escrita, a leitura deve ser um prazer e não carregar o pesado fardo da obrigação. Até 2011!





A Filha da Noite

6 12 2010

Sabe aqueles livros que à primeira vista parecem ingênuos, mas que te ganham pela mensagem nas entrelinhas? A leitura de A Filha da Noite foi assim, agradável e edificante.

Lendo a sinopse descobri que se trata de uma adaptação da ópera A Flauta Mágica, de Mozart, cujo enredo dá sinais bem claros dos ideais iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade.

Marion Zimmer Bradley nos conta de forma bela a saga de Tamino e Pamina, dois jovens que são submetidos aos ordálios no castelo de Zarastro e perseguidos pela Rainha Estrela, arquiinimiga do Rei Sol. Em paralelo, outro casal também se forma: Papagueno, o homem pássaro e sua companheira Papaguena, representantes dos halflings.

Ao longo da leitura foi interessante perceber que um simples teste de disciplina pode dizer muito sobre o iniciado, suas reais convicções e seu caráter. A evidência disso se dá quando Monostatos, herdeiro da grande serpente e Tamino, príncipe do Oeste, são submetidos ao mesmo teste e ambos têm posturas diferentes, revelando o que trazem dentro de si.

No mais a história segue descrevendo os ordálios dos quatro elementos com o desempenho de Tamino e Pamina, superando seus medos e suas dúvidas para no final alcançarem a sabedoria.

 

O Livro

 

              

BRADLEY, Marion Zimmer. “A Filha da Noite”;  tradução de Marcos Roma Santa.

Rio de Janeiro: Imago, 1986.

Título Original: Night’s Daughter.

174 páginas.





Ele é o meu tipo!

11 04 2010

Muitos sabem do quanto sou discreta quando o assunto gira em torno de minhas paixões, porém mesmo sendo volúvel neste aspecto, preciso escrever sobre o escolhido da vez. Confesso que já me apaixonei por outros, mas esta é uma relação de quatro livros, não algo superficial como um mero conto, lido no fim da noite.

Quem é ele?

Sherlock Holmes, naturalmente. Inteligente, sagaz, analítico e com oscilações de humor que vão desde a euforia de uma criança com um brinquedo novo até a mais profunda introspecção.

Ele é o máximo!

Desde que assisti ao filme, venho lendo alguns livros de Sir Arthur Conan Doyle e, se antes já me divertia com Edgard Allan Poe e seu C. Auguste Dupin, uma espécie de precursor de Sherlock Holmes, agora tenho diversão garantida com os contos de Doyle.

Segue o resumo de alguns dos livros que devorei nos últimos tempos (sem spoilers):

 UM ESTUDO EM VERMELHO

Redundante dizer que esta é a primeira aventura de Sherlock Holmes e blá, blá, blá. Uma das partes instigantes deste livro é o encontro de Holmes com aquele que viria a ser o seu companheiro de aventuras: Dr. Watson. Fragilizado desde o seu retorno da guerra afegã, Watson espanta o tédio observando (e analisando) seu companheiro de apartamento. E a cada dia se surpreende com sua inteligência analítica, grande poder de dedução e teorias singulares.

É interessante observar o modo como Conan Doyle apresenta Holmes sem descuidar de Watson, pois ele também não deixa de ser um personagem importante, sempre fazendo perguntas pertinentes e servindo de testemunha da metodologia do detetive e, à partir de então, relator de suas aventuras.

A capacidade dedutiva de Holmes chega à beira da obsessão, prestando atenção a detalhes normalmente imperceptíveis aos demais, mesmo aos investigadores Lestrade e Gregson da Scotland Yard. Ele parece se divertir com isso, apesar da cordialidade que mantém com os investigadores. Contudo há um clima de competição (sadia é claro) entre ele e os demais, que muitas vezes se irritam com o seu modo arrogante e por vezes um tanto rude de falar sobre seus progressos no caso.

O enredo gira em torno de um assassinato. O cadáver não possui marcas de ferimentos mortais, contudo o cômodo onde o corpo repousa está salpicado com gotas de sangue. Seriam do assassino? Para complementar o mistério, não há sinais de luta entre a vítima e seu agressor.

Holmes coleta todas as informações na cena do crime e, antes que a identidade do assassino seja revelada, Conan Doyle usa o artifício de uma história paralela, onde o leitor conhece o passado da vítima e as motivações do seu assassino.

Sua prisão é o que menos importa, o grande barato (na minha opinião) é a caça, as deduções, as linhas de raciocínio que levam os três investigadores envolvidos por caminhos distintos. Um ótimo começo!

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “Um Estudo em Vermelho”; tradução de Rosaura Eichenberg.

Porto Alegre: L&PM, 2008.

Título Original: A Study in Scarlet.

ISBN: 9788525408112.

168 páginas.

 

  

***


 O RITUAL MUSGRAVE E OUTRAS AVENTURAS

Este livro é uma coletânea de seis contos, sendo eles:

O Rosto Amarelo

Um jovem casado procura o detetive por conta de um problema particular envolvendo sua esposa, que passa a agir de forma estranha desde que o chalé em frente a sua residência foi alugado. O jovem cita uma figura que aparece à janela o qual não consegue identificar se é um homem ou uma mulher, mas que possui uma expressão sinistra e a face de uma cor estranha, amarelada.

Holmes elabora uma teoria e a comenta com Watson. No dia seguinte, apesar das tentativas de sua esposa de dissuadi-lo, acompanhado de Holmes e Watson, seu marido entra no chalé e o enigma é resolvido.

Neste conto, Watson comenta que não são todos os casos que são plenamente solucionados por Holmes, em alguns como este e “O Ritual Musgrave”, apesar dele se enganar, o final da história é conhecido. Uma grande sacada de Conan Doyle, que torna seu personagem mais humano.

 

O Ritual Musgrave (Favorito!) 🙂

Um ritual formal praticado pelos membros da família Musgrave, quando seus descendentes passam à idade adulta, contém informações que foram despercebidas por seus praticantes, porém foram decifradas por um estranho… E por Holmes também que, apesar do palpite errado, consegue concluir o final do mistério.

 

O Mistério da Rua Brook

Um médico e um paciente residente. Mais uma aventura em que a aguçada mente do detetive detecta que há algo mais na história contada por seu cliente.

Neste conto o subterfúgio foi o de que atos do passado justificam ações consideradas estranhas no presente.

 

O Caso do intérprete Grego

Foi neste conto que conheci Mycroft Holmes, irmão de Sherlock e co-fundador do Clube Diógenes. Hã? Clube Diógenes?

É um clube insólito, cujo objetivo é explicado pelo próprio detetive:

“(…) existem muitos homens em Londres que, por algum tipo de timidez ou aversão a outras pessoas, não gostam de companhia. Por outro lado, não desgostam de poltronas confortáveis e de ler os últimos periódicos. Foi para atender a estas pessoas que criaram o Clube Diógenes, que hoje agrega os homens mais insociáveis da cidade. (…) A não ser na Sala dos Estranhos, não é permitido conversar, sob nenhuma hipótese.”

Segundo a descrição de Holmes, seu irmão possui as mesmas habilidades que ele, com a diferença que as utiliza como exercício intelectual, ao passo que ele faz destas habilidades o motor de sua profissão. O caso gira em torno de um vizinho de Mycroft, um intérprete grego que se vê às voltas com uma estranha situação em que seus conhecimentos da língua grega foram solicitados. Ele não imagina o perigo que corre até dividir sua história com o detetive.

 

O Tratado Naval

Um documento secreto é roubado e este roubo coloca em risco a reputação profissional do jovem Percy Phelps, antigo colega escolar de Watson e sobrinho de um influente diplomata. Holmes resolve o caso, surpreendendo a todos quando revela o nome do ladrão.

 

O Problema Final

Conto emblemático onde Conan Doyle encerra a vida do famoso detetive.

Holmes se vê face a face com seu arquiinimigo, o Professor Moriarty. Seu rival é, segundo o próprio detetive, o único que se iguala a ele em inteligência, o que faz do conto uma luta feroz entre dois homens geniais, mas que usam suas faculdades mentais com objetivos diferentes. Foi astuciosa a forma como o autor conduziu o enredo, fazendo o vilão perseguir o mocinho, uma inversão de papéis interessante.

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “O ritual Musgrave e Outras Aventuras”; tradução de Antônio Carlos Vilela.

São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006.

Título Original: The Adventures of Sherlock Holmes.

ISBN: 8506044189.

120 páginas.

 

 

 

   

***

 

O VALE DO TERROR

Este é um romance com um enredo bem elaborado. No começo, aparentemente mais um caso para Holmes, o assassinato de um homem, vítima de um disparo com uma arma que explodiu sua face, mas há algo mais…

Como ocorre em “Um Estudo em Vermelho”, uma história paralela complementa e justifica o título sombrio. Aliás, outro ponto que passei a admirar em Conan Doyle: os títulos que escolhe para suas histórias. Somente no final da leitura, naqueles momentos reflexivos sobre o que acabamos de ler, é que fica evidente a escolha do autor para denominar as aventuras de Holmes.

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “O Vale do Terror”; tradução de Antônio Carlos Vilela.

São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006.

Título Original: The Valley of Fear.

ISBN: 8506039401.

150 páginas.

 

  

***

 

O ULTIMO ADEUS DE SHERLOCK HOLMES

Este livro também é uma coleção de contos, todos bem interessantes. Aqui também há um favorito entre os sete enredos.

O Tigre de São Pedro

Holmes ao lado do inspetor Baynes, coleciona pistas sobre um intrincado caso de vingança, envolvendo dois grupos de pessoas misteriosas. O conto é dividido em duas partes, a primeira informando os dados de um assassinato e a segunda o desfecho da história.

 

Os Planos do Submarino Bruce-Partington

Mais um conto em que Mycroft Holmes, irmão do detetive, aparece. Desta vez lhe trazendo um caso envolvendo a morte de Cadogan West, um jovem encontrado morto nos trilhos do metrô de Londres e de posse de alguns desenhos técnicos, os planos do submarino Bruce-Partington. O desafio de Holmes é descobrir onde estão os três desenhos mais importantes que estão faltando e que não estavam com a vítima.

 

O Pé-do-Diabo

Por conta de seus exageros mentais, Sherlock Holmes foi proibido de continuar suas investigações até que sua saúde se reerguesse e por isso passou uma temporada em um chalé, na extremidade da Península da Cornualha. Foi lá que teve conhecimento de um caso curioso.

Após visitar seus três irmãos, um homem os deixa e retorna para sua casa.

No dia seguinte é chamado às pressas e se depara com uma cena terrível: Seus dois irmãos estão enlouquecidos e sua irmã está morta. Mais um caso que foi astuciosamente solucionado pelo detetive.

 

O Círculo Vermelho (Favorito!) 🙂

Um hóspede de hábitos mega estranhos faz com que a dona da pensão venha em busca do auxílio de Holmes. Investigando a história, o detetive percebe que tanto mistério acerca do hóspede tem um motivo importante, um caso de vida ou morte que justifica seus atos.

 

O Desaparecimento de Lady Frances Carfax

Uma senhora rica e solteira fugindo de um homem de hábitos selvagens.

Assim começa o enredo inicialmente investigado por Watson e que guarda surpresas até o seu desfecho. Este foi o primeiro enredo em que consegui descobrir a manobra dos criminosos antes de ler o final. Quem disse que a arte da dedução é privilégio apenas de Holmes? 😉

 

O Detetive Agonizante

O famoso detetive contrai uma doença contagiosa e está prestes a deixar Londres à mercê dos criminosos, privando a todos de sua mente brilhantemente analítica. Somente com a ajuda de Watson este quadro triste pode se reverter.

 

O Último Adeus – Sherlock Holmes e o Esforço de Guerra

Um típico caso de espionagem, uma pena que quando este enredo foi escrito por Conan Doyle, seu famoso detetive já estava aposentado, dedicando sua inteligência a estudar as peculiaridades das abelhas em sua fazendinha em South Downs.

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “O Ultimo Adeus de Sherlock Holmes”; tradução de Antônio Carlos Vilela.

São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006.

Título Original: Reminiscences of Sherlock Holmes/His Last Bow.

ISBN: 8506044200.

144 páginas.

 

  

Recomendo a leitura aos que gostam de suspense policial. A maioria das motivações para os crimes ou é vingança ou a cobiça dos homens tentando levar vantagem sobre suas vítimas. Algo perfeitamente atual se analisarmos as atrocidades que o ser humano é capaz cometer, mesmo em pleno século XXI.

Claro que em alguns momentos tem passagens que pela lógica seria muito improvável uma dedução como as de Holmes, mas como se trata de uma leitura de ficção, cumpre bem o seu papel de entreter com inteligência.

Obs.: E para os que acharam que eu ia falar sobre minha vida sentimental: Há! “Pegadinha do Malandro!” 😀





O Homem de gelo

5 04 2010

Ao longo de 488 páginas conheci a biografia de Richard Kuklinski, aquele que, devido ao seu comportamento, veio a ser chamado de “O Homem de Gelo”.

O “Grandalhão” como era conhecido nos meios criminosos, tinha um código de ética às avessas, não matava mulheres e crianças, uma barreira que não ultrapassou até o fim. E também possuía uma obsessão: Sua esposa Bárbara. Apesar de contrabandear filmes pornográficos, não participava de forma alguma das orgias, sendo que em uma das descrições do autor, deixou os negócios em Zurique e retornou ao seu lar apenas para fazer amor com sua esposa, retornando aos negócios no dia seguinte.

Deste comportamento dá para concluir que ele possuía duas personalidades, uma delas era a do frio psicopata, capaz das mais variadas atrocidades sem se importar com as vidas que era pago para ceifar e a outra faceta era a de um homem dedicado à família.

O enredo também retrata o seu convívio com outros psicopatas e mafiosos, como Roy De Meo, que de tão alucinado para entrar nas fileiras da máfia, conseguia muitos “contratos” para Kuklinski, sempre visando agradar seus chefões.

Já Robert Pronge, colega de profissão do grandalhão, usava o disfarce de “Sr. Delícia” para observar suas presas, sendo um expert em assassiná-las com diversos tipos de veneno. Graças a ele, o homem de gelo também refina suas técnicas de abater pessoas, algo que ao longo de sua sangrenta carreira procurou fazer o tempo todo.

Apesar de todas as precauções que tomava para não ser pego, em muitas cenas dava para notar que ele também tivera muita sorte. A frase “mais um homicídio sem explicação…” chega a irritar e é descrita muitas vezes pelo autor.

Para quem curte assuntos relacionados à máfia, esta leitura proporciona uma imersão no mundo do crime, das pessoas que dele fazem parte, como pensam e como agem. Não tem como não notar a inconstância destes personagens. E lendo sobre seus tortuosos caminhos, chegamos a pensar que conhecemos seus próximos passos. Contudo, do dia para a noite o cenário em volta se mostra mais ameaçador e aquele que hoje é o seu mais fiel colaborador, amanhã pode ser aquele que você tenha que eliminar. Mesmo o próprio Richard Kuklinski, nos últimos capítulos de sua saga alterou o seu padrão de comportamento, o que serviu para que os investigadores conseguissem provas sobre alguns de seus crimes.

A leitura foi cansativa em vários momentos, porém foi interessante como bagagem para a escrita do meu romance mafioso que, óbvio, também tem um personagem psicopata, além de diversos outros personagens carregando alguma patologia, o que não justifica, mas traduz suas ações.

E muito se engana quem acha que a história acaba após a prisão de Richard Kuklinski. Até então a polícia conhecia apenas a ponta do iceberg. O show (de horror) estava só começando…

Foi na Penitenciária Estadual de Trenton que ele concedeu uma série de entrevistas para a HBO, onde contou em detalhes seus métodos para abreviar a vida de mais de 200 pessoas, o que serviu também para solucionar uma série de assassinatos arquivados por falta de pistas.

O vídeo abaixo é apenas um dos documentários.

Encerro por aqui, senão o texto passa de uma resenha para spoiler e não quero tirar o prazer dos que forem ler o livro, mas acreditem: há muito mais!

O Livro

CARLO, Phillip. “O Homem de Gelo: Confissões de um matador da Máfia”; tradução de Denis Mattar.

São Paulo: Landscape, 2007.

Título Original: Ice man, The: Confessions of a Mafia contract killer.

ISBN: 978-85-7775-000-9.

488 páginas.





O guardião da fila

11 01 2010

 

Leituras

Sei que ao longo do ano a fila de leitura vai aumentar, eu me conheço. Comecei 2010 bem… Bem atrasada na leitura!

Por enquanto a fila está assim:

1- O Banquete (Platão);

2- Macbeth (William Shakespeare);

3- Hamlet (William Shakespeare);

4- A Comédia dos Erros (William Shakespeare);

5- Além do bem e do Mal (Friedrich Nietzsche);

6- Elogio da Loucura (Desidério Erasmo);

7- Pulp (Charles Bukowski);

8- O Perfume (Patrick Süskind);

9- O Médico e o Monstro (R. L. Stevenson);

10- Um estudo em vermelho (Arthur Conan Doyle);

11- Neuromancer (William Gibson);

12- O Guia do mochileiro das Galáxias (Douglas Adams);

13- Fahrenheit 451 (Ray Bradbury);

14- O Protocolo de Anúbis (William Goldoni);

15- Palhaços Sagrados (Tony Hillerman);

16- Os Filhos de Anansi (Neil Gaiman);

17- O Martelo de Deus (Arthur C. Clarke);

18- Viagem ao centro da Terra (Julio Verne);

19- Hannibal, A Origem do mal (Thomas Harris);

20- A Hora das Bruxas, Volume I (Anne Rice);

21- A Hora das Bruxas, Volume II (Anne Rice);

22- O Homem de Gelo (Philip Carlo);

23- Sombras da Noite (Stephen King);

24- Memórias de uma Gueixa (Arthur Golden);

25- A Paixão de Maria Madalena (Juan Tafur);

26- Beltimore e o Vampiro (Mike Mignola e Christopher Golden);

27- Contos Inacabados (J. R. R. Tolkien);

28- Piratas – Uma história geral dos roubos e crimes de piratas famosos (Charles Johnson);

29- Cavalo de Tróia 1: Jerusalém (J. J. Benitez);

30- Cavalo de Tróia 2: Massada (J. J. Benitez).

 Uma pretensa escritora que nunca leu Shakespeare? Vergonhoso, mas verdadeiro. E para me redimir deste terrível pecado, planejo ler três livros dele, além do DVD de Hamlet para complementar a leitura.

Nietzsche? Conheço algumas de suas frases de efeito e só. Por enquanto.

O Guia do Mochileiro das Galáxias: Alerta de perigo! Sei que são uns quatro, cinco livros, já pensou se me dá na veneta de ler TODOS? Ai…

Os Filhos de Anansi do Neil Gaiman… Prá não falar da série SANDMAN, que apesar de não mencionada na fila de leituras, está na espera de eu encontrar os volumes 2 (A Casa de Bonecas), 3 (Terra dos Sonhos) e 4 (Estação das Brumas) para completar a coleção. Sim, é bichisse da Loo mesmo, confesso.

Viagem ao centro da Terra: Apesar de algumas pessoas terem mencionado que o meu conto “Abaixo de Nós” do volume 2 da coleção Paradigmas lembra este romance do Julio Verne, eu ainda não li, mas fiquei curiosa. Mais um na fila!

O Homem de Gelo foi emprestado por um colega de trabalho que sabe dos meus gostos mafiosos. Será prioridade nas leituras, claro.

Stephen King é outro pecado mortal na minha vida. Também nunca li uma linha sua, mas a redenção virá com Sombras da noite, uma coletânea de contos.

Memórias de uma Gueixa, assim como Hamlet e O Perfume, terá a dobradinha que venho fazendo muito ultimamente: livro + filme. Ano passado foi assim com Harry Potter, O Senhor dos Anéis e As Brumas de Avalon. Recomendo fortemente esta prática, é bem interessante observar o mesmo enredo em outras mídias, sob óticas diferentes.

E A Paixão de Maria Madalena evidencia a minha fascinação por esta personagem tão controvérsia, que ostenta uma miríade de interpretações em torno de si: Nobre ou Prostituta? Amante ou Aprendiz? Santa ou apenas mulher?

Pois bem, são estes os livros que estão aguardando pacientemente sua vez de serem devorados. O gato preto se limita a desdenhar, observando a fila de livros executar movimentos sanfonados, ora crescendo, ora diminuindo, para em seguida crescer ainda mais, motivada pela sede curiosa de sua dona. 🙂





Gerenciando como a Máfia

23 11 2009

“Você consegue muito mais com uma palavra amável e um revólver do que apenas com uma palavra amável”.

– Al Capone –

No início deste ano planejei reescrever um dos meus romances e o eleito foi escrito há uns dez anos. É sobre a máfia italiana, assunto que muito me agrada não apenas pela tensão de saber quem será o próximo a morrer ou que plano oculto vai emergir no momento seguinte, mas por sua lógica diferenciada e a psicologia dos personagens.

Enfim… Um conjunto de acontecimentos fez com que eu optasse por postergar este projeto, ao menos por enquanto. Mas ao longo do ano, enquanto colhia dados para pesquisar o assunto, vi na mesa de um dos gerentes da empresa um livro que imediatamente me chamou a atenção.

“Gerenciando como a Máfia”: Um guia para o Maquiavel empresarial.

Não sei se por estratégia de marketing, ou para dar ênfase aos ensinamentos, o autor do livro se oculta pelo pseudônimo “V”. Nas primeiras páginas do livro o leitor encontra a explicação:

“V, que “assina” este texto, é um capo de renome que mantém vários endereços por todo o mundo. Sua residência atual é um segredo guardado a sete chaves”.

O livro está dividido em três partes, “Administrando a si próprio”, “Administrando os outros” e “O resto da coisa”, numa linguagem irônica e bem humorada, o autor fala dos objetivos de quem almeja o poder corporativo e, de forma fria, como agir para criar as oportunidades e fazer acontecer.

No final de cada uma das três partes do livro os ensinamentos são solidificados com a seção “Axiomas”, com várias frases de efeito, que comprovam a teoria mafiosa do autor. Seguem alguns exemplos:

“Pode-se esconder o fogo, mas não a fumaça”;

“É melhor que os seus inimigos o considerem louco, ao invés de sensato e racional”;

“A necessidade quebra todas as leis”;

“Sempre puxe a serpente para fora da cova, com a mão de outro”;

“Puna um, eduque cem”.

Agora muitos sabem a fonte de onde tiro as frases mafiosas que costumo colocar no GTalk para inspirar meu cotidiano corporativo, porque em determinadas empresas só gerenciando como a máfia!

Dados técnicos:

 O Livro

V., “Gerenciando como a Máfia”; tradução de Maria Lucia Cavinato.

São Paulo: Nobel, 2002.

Título Original: The Mafia Manager.

ISBN: 85-213-0963-5.

120 páginas.





O Mundo de Sofia

12 10 2008

A história começa com fatos misteriosos que passam a fazer parte do cotidiano de uma adolescente prestes a debutar, seu nome é Sofia.

A leitura do calhamaço de Jostein Gaarder é instigante pela qualidade narrativa da história da filosofia ocidental, desde a antiguidade clássica até os dias atuais.

E toda esta descrição de teorias das personalidades marcantes para o pensamento filosófico ocidental, que vão desde Tales de Mileto até Darwin, chegando até os contemporâneos, é feita em forma de diálogos entre a jovem Sofia e o seu professor de filosofia. Juntos, passam a fazer parte de uma história paralela. Que os faz formular seu próprio pensamento filosófico a respeito dos acontecimentos estranhos que lhes cercam e que são causados pela figura onipresente de um major, que envia postais do Líbano para sua filha Hilde, através de Sofia. O grande mistério é que Sofia não conhece ninguém com este nome. Aos poucos esta história paralela é desvendada, andando de mãos dadas com as lições passadas pelo professor de filosofia.

Todas as lições são muito bem exemplificadas pelo professor que sempre atende aos apelos de sua dedicada aluna, fazendo com que a leitura seja agradável, por mesclar momentos de filosofia pura com cenas engraçadas do universo que cerca Sofia e mais para o final do livro por cenas um tanto bizarras.

Dos poucos mais de trinta capítulos, todos com um título e uma frase que religiosamente será encontrada ao longo do texto, o leitor pode saber por antecedência qual será o assunto ou a personalidade tratada nas próximas páginas.

Apesar de ser um romance de ficção, o livro trás muitas informações sobre os filósofos e a arte e cultura de suas épocas, explanando os motivos que fizeram de Sócrates, Descartes, Locke, Kant, Marx dentre outros, figuras tão importantes da época em que viveram

O Autor

Jostein Gaarder, norueguês, nasceu em 1952; estudou Filosofia, Teologia e Literatura. A partir de 1991 ganhou projeção internacional com o Mundo de Sofia.

O Livro

GAARDER, Jostein. “O Mundo de Sofia: Romance da história da Filosofia”; tradução de João Azenha Jr.

São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Título Original: Sofies verden.

ISBN: 978-85-7164-475-5.

560 páginas.