Ele é o meu tipo!

11 04 2010

Muitos sabem do quanto sou discreta quando o assunto gira em torno de minhas paixões, porém mesmo sendo volúvel neste aspecto, preciso escrever sobre o escolhido da vez. Confesso que já me apaixonei por outros, mas esta é uma relação de quatro livros, não algo superficial como um mero conto, lido no fim da noite.

Quem é ele?

Sherlock Holmes, naturalmente. Inteligente, sagaz, analítico e com oscilações de humor que vão desde a euforia de uma criança com um brinquedo novo até a mais profunda introspecção.

Ele é o máximo!

Desde que assisti ao filme, venho lendo alguns livros de Sir Arthur Conan Doyle e, se antes já me divertia com Edgard Allan Poe e seu C. Auguste Dupin, uma espécie de precursor de Sherlock Holmes, agora tenho diversão garantida com os contos de Doyle.

Segue o resumo de alguns dos livros que devorei nos últimos tempos (sem spoilers):

 UM ESTUDO EM VERMELHO

Redundante dizer que esta é a primeira aventura de Sherlock Holmes e blá, blá, blá. Uma das partes instigantes deste livro é o encontro de Holmes com aquele que viria a ser o seu companheiro de aventuras: Dr. Watson. Fragilizado desde o seu retorno da guerra afegã, Watson espanta o tédio observando (e analisando) seu companheiro de apartamento. E a cada dia se surpreende com sua inteligência analítica, grande poder de dedução e teorias singulares.

É interessante observar o modo como Conan Doyle apresenta Holmes sem descuidar de Watson, pois ele também não deixa de ser um personagem importante, sempre fazendo perguntas pertinentes e servindo de testemunha da metodologia do detetive e, à partir de então, relator de suas aventuras.

A capacidade dedutiva de Holmes chega à beira da obsessão, prestando atenção a detalhes normalmente imperceptíveis aos demais, mesmo aos investigadores Lestrade e Gregson da Scotland Yard. Ele parece se divertir com isso, apesar da cordialidade que mantém com os investigadores. Contudo há um clima de competição (sadia é claro) entre ele e os demais, que muitas vezes se irritam com o seu modo arrogante e por vezes um tanto rude de falar sobre seus progressos no caso.

O enredo gira em torno de um assassinato. O cadáver não possui marcas de ferimentos mortais, contudo o cômodo onde o corpo repousa está salpicado com gotas de sangue. Seriam do assassino? Para complementar o mistério, não há sinais de luta entre a vítima e seu agressor.

Holmes coleta todas as informações na cena do crime e, antes que a identidade do assassino seja revelada, Conan Doyle usa o artifício de uma história paralela, onde o leitor conhece o passado da vítima e as motivações do seu assassino.

Sua prisão é o que menos importa, o grande barato (na minha opinião) é a caça, as deduções, as linhas de raciocínio que levam os três investigadores envolvidos por caminhos distintos. Um ótimo começo!

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “Um Estudo em Vermelho”; tradução de Rosaura Eichenberg.

Porto Alegre: L&PM, 2008.

Título Original: A Study in Scarlet.

ISBN: 9788525408112.

168 páginas.

 

  

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 O RITUAL MUSGRAVE E OUTRAS AVENTURAS

Este livro é uma coletânea de seis contos, sendo eles:

O Rosto Amarelo

Um jovem casado procura o detetive por conta de um problema particular envolvendo sua esposa, que passa a agir de forma estranha desde que o chalé em frente a sua residência foi alugado. O jovem cita uma figura que aparece à janela o qual não consegue identificar se é um homem ou uma mulher, mas que possui uma expressão sinistra e a face de uma cor estranha, amarelada.

Holmes elabora uma teoria e a comenta com Watson. No dia seguinte, apesar das tentativas de sua esposa de dissuadi-lo, acompanhado de Holmes e Watson, seu marido entra no chalé e o enigma é resolvido.

Neste conto, Watson comenta que não são todos os casos que são plenamente solucionados por Holmes, em alguns como este e “O Ritual Musgrave”, apesar dele se enganar, o final da história é conhecido. Uma grande sacada de Conan Doyle, que torna seu personagem mais humano.

 

O Ritual Musgrave (Favorito!) 🙂

Um ritual formal praticado pelos membros da família Musgrave, quando seus descendentes passam à idade adulta, contém informações que foram despercebidas por seus praticantes, porém foram decifradas por um estranho… E por Holmes também que, apesar do palpite errado, consegue concluir o final do mistério.

 

O Mistério da Rua Brook

Um médico e um paciente residente. Mais uma aventura em que a aguçada mente do detetive detecta que há algo mais na história contada por seu cliente.

Neste conto o subterfúgio foi o de que atos do passado justificam ações consideradas estranhas no presente.

 

O Caso do intérprete Grego

Foi neste conto que conheci Mycroft Holmes, irmão de Sherlock e co-fundador do Clube Diógenes. Hã? Clube Diógenes?

É um clube insólito, cujo objetivo é explicado pelo próprio detetive:

“(…) existem muitos homens em Londres que, por algum tipo de timidez ou aversão a outras pessoas, não gostam de companhia. Por outro lado, não desgostam de poltronas confortáveis e de ler os últimos periódicos. Foi para atender a estas pessoas que criaram o Clube Diógenes, que hoje agrega os homens mais insociáveis da cidade. (…) A não ser na Sala dos Estranhos, não é permitido conversar, sob nenhuma hipótese.”

Segundo a descrição de Holmes, seu irmão possui as mesmas habilidades que ele, com a diferença que as utiliza como exercício intelectual, ao passo que ele faz destas habilidades o motor de sua profissão. O caso gira em torno de um vizinho de Mycroft, um intérprete grego que se vê às voltas com uma estranha situação em que seus conhecimentos da língua grega foram solicitados. Ele não imagina o perigo que corre até dividir sua história com o detetive.

 

O Tratado Naval

Um documento secreto é roubado e este roubo coloca em risco a reputação profissional do jovem Percy Phelps, antigo colega escolar de Watson e sobrinho de um influente diplomata. Holmes resolve o caso, surpreendendo a todos quando revela o nome do ladrão.

 

O Problema Final

Conto emblemático onde Conan Doyle encerra a vida do famoso detetive.

Holmes se vê face a face com seu arquiinimigo, o Professor Moriarty. Seu rival é, segundo o próprio detetive, o único que se iguala a ele em inteligência, o que faz do conto uma luta feroz entre dois homens geniais, mas que usam suas faculdades mentais com objetivos diferentes. Foi astuciosa a forma como o autor conduziu o enredo, fazendo o vilão perseguir o mocinho, uma inversão de papéis interessante.

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “O ritual Musgrave e Outras Aventuras”; tradução de Antônio Carlos Vilela.

São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006.

Título Original: The Adventures of Sherlock Holmes.

ISBN: 8506044189.

120 páginas.

 

 

 

   

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O VALE DO TERROR

Este é um romance com um enredo bem elaborado. No começo, aparentemente mais um caso para Holmes, o assassinato de um homem, vítima de um disparo com uma arma que explodiu sua face, mas há algo mais…

Como ocorre em “Um Estudo em Vermelho”, uma história paralela complementa e justifica o título sombrio. Aliás, outro ponto que passei a admirar em Conan Doyle: os títulos que escolhe para suas histórias. Somente no final da leitura, naqueles momentos reflexivos sobre o que acabamos de ler, é que fica evidente a escolha do autor para denominar as aventuras de Holmes.

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “O Vale do Terror”; tradução de Antônio Carlos Vilela.

São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006.

Título Original: The Valley of Fear.

ISBN: 8506039401.

150 páginas.

 

  

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O ULTIMO ADEUS DE SHERLOCK HOLMES

Este livro também é uma coleção de contos, todos bem interessantes. Aqui também há um favorito entre os sete enredos.

O Tigre de São Pedro

Holmes ao lado do inspetor Baynes, coleciona pistas sobre um intrincado caso de vingança, envolvendo dois grupos de pessoas misteriosas. O conto é dividido em duas partes, a primeira informando os dados de um assassinato e a segunda o desfecho da história.

 

Os Planos do Submarino Bruce-Partington

Mais um conto em que Mycroft Holmes, irmão do detetive, aparece. Desta vez lhe trazendo um caso envolvendo a morte de Cadogan West, um jovem encontrado morto nos trilhos do metrô de Londres e de posse de alguns desenhos técnicos, os planos do submarino Bruce-Partington. O desafio de Holmes é descobrir onde estão os três desenhos mais importantes que estão faltando e que não estavam com a vítima.

 

O Pé-do-Diabo

Por conta de seus exageros mentais, Sherlock Holmes foi proibido de continuar suas investigações até que sua saúde se reerguesse e por isso passou uma temporada em um chalé, na extremidade da Península da Cornualha. Foi lá que teve conhecimento de um caso curioso.

Após visitar seus três irmãos, um homem os deixa e retorna para sua casa.

No dia seguinte é chamado às pressas e se depara com uma cena terrível: Seus dois irmãos estão enlouquecidos e sua irmã está morta. Mais um caso que foi astuciosamente solucionado pelo detetive.

 

O Círculo Vermelho (Favorito!) 🙂

Um hóspede de hábitos mega estranhos faz com que a dona da pensão venha em busca do auxílio de Holmes. Investigando a história, o detetive percebe que tanto mistério acerca do hóspede tem um motivo importante, um caso de vida ou morte que justifica seus atos.

 

O Desaparecimento de Lady Frances Carfax

Uma senhora rica e solteira fugindo de um homem de hábitos selvagens.

Assim começa o enredo inicialmente investigado por Watson e que guarda surpresas até o seu desfecho. Este foi o primeiro enredo em que consegui descobrir a manobra dos criminosos antes de ler o final. Quem disse que a arte da dedução é privilégio apenas de Holmes? 😉

 

O Detetive Agonizante

O famoso detetive contrai uma doença contagiosa e está prestes a deixar Londres à mercê dos criminosos, privando a todos de sua mente brilhantemente analítica. Somente com a ajuda de Watson este quadro triste pode se reverter.

 

O Último Adeus – Sherlock Holmes e o Esforço de Guerra

Um típico caso de espionagem, uma pena que quando este enredo foi escrito por Conan Doyle, seu famoso detetive já estava aposentado, dedicando sua inteligência a estudar as peculiaridades das abelhas em sua fazendinha em South Downs.

Dados do Livro

 

DOYLE, Sir Arthur Conan. “O Ultimo Adeus de Sherlock Holmes”; tradução de Antônio Carlos Vilela.

São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006.

Título Original: Reminiscences of Sherlock Holmes/His Last Bow.

ISBN: 8506044200.

144 páginas.

 

  

Recomendo a leitura aos que gostam de suspense policial. A maioria das motivações para os crimes ou é vingança ou a cobiça dos homens tentando levar vantagem sobre suas vítimas. Algo perfeitamente atual se analisarmos as atrocidades que o ser humano é capaz cometer, mesmo em pleno século XXI.

Claro que em alguns momentos tem passagens que pela lógica seria muito improvável uma dedução como as de Holmes, mas como se trata de uma leitura de ficção, cumpre bem o seu papel de entreter com inteligência.

Obs.: E para os que acharam que eu ia falar sobre minha vida sentimental: Há! “Pegadinha do Malandro!” 😀





O Homem de gelo

5 04 2010

Ao longo de 488 páginas conheci a biografia de Richard Kuklinski, aquele que, devido ao seu comportamento, veio a ser chamado de “O Homem de Gelo”.

O “Grandalhão” como era conhecido nos meios criminosos, tinha um código de ética às avessas, não matava mulheres e crianças, uma barreira que não ultrapassou até o fim. E também possuía uma obsessão: Sua esposa Bárbara. Apesar de contrabandear filmes pornográficos, não participava de forma alguma das orgias, sendo que em uma das descrições do autor, deixou os negócios em Zurique e retornou ao seu lar apenas para fazer amor com sua esposa, retornando aos negócios no dia seguinte.

Deste comportamento dá para concluir que ele possuía duas personalidades, uma delas era a do frio psicopata, capaz das mais variadas atrocidades sem se importar com as vidas que era pago para ceifar e a outra faceta era a de um homem dedicado à família.

O enredo também retrata o seu convívio com outros psicopatas e mafiosos, como Roy De Meo, que de tão alucinado para entrar nas fileiras da máfia, conseguia muitos “contratos” para Kuklinski, sempre visando agradar seus chefões.

Já Robert Pronge, colega de profissão do grandalhão, usava o disfarce de “Sr. Delícia” para observar suas presas, sendo um expert em assassiná-las com diversos tipos de veneno. Graças a ele, o homem de gelo também refina suas técnicas de abater pessoas, algo que ao longo de sua sangrenta carreira procurou fazer o tempo todo.

Apesar de todas as precauções que tomava para não ser pego, em muitas cenas dava para notar que ele também tivera muita sorte. A frase “mais um homicídio sem explicação…” chega a irritar e é descrita muitas vezes pelo autor.

Para quem curte assuntos relacionados à máfia, esta leitura proporciona uma imersão no mundo do crime, das pessoas que dele fazem parte, como pensam e como agem. Não tem como não notar a inconstância destes personagens. E lendo sobre seus tortuosos caminhos, chegamos a pensar que conhecemos seus próximos passos. Contudo, do dia para a noite o cenário em volta se mostra mais ameaçador e aquele que hoje é o seu mais fiel colaborador, amanhã pode ser aquele que você tenha que eliminar. Mesmo o próprio Richard Kuklinski, nos últimos capítulos de sua saga alterou o seu padrão de comportamento, o que serviu para que os investigadores conseguissem provas sobre alguns de seus crimes.

A leitura foi cansativa em vários momentos, porém foi interessante como bagagem para a escrita do meu romance mafioso que, óbvio, também tem um personagem psicopata, além de diversos outros personagens carregando alguma patologia, o que não justifica, mas traduz suas ações.

E muito se engana quem acha que a história acaba após a prisão de Richard Kuklinski. Até então a polícia conhecia apenas a ponta do iceberg. O show (de horror) estava só começando…

Foi na Penitenciária Estadual de Trenton que ele concedeu uma série de entrevistas para a HBO, onde contou em detalhes seus métodos para abreviar a vida de mais de 200 pessoas, o que serviu também para solucionar uma série de assassinatos arquivados por falta de pistas.

O vídeo abaixo é apenas um dos documentários.

Encerro por aqui, senão o texto passa de uma resenha para spoiler e não quero tirar o prazer dos que forem ler o livro, mas acreditem: há muito mais!

O Livro

CARLO, Phillip. “O Homem de Gelo: Confissões de um matador da Máfia”; tradução de Denis Mattar.

São Paulo: Landscape, 2007.

Título Original: Ice man, The: Confessions of a Mafia contract killer.

ISBN: 978-85-7775-000-9.

488 páginas.





Nostalgia

25 02 2010

Escrita

Escrever é preciso. Para não enlouquecer, para refinar as idéias, para desabafar. Exercício altamente recomendado por psicanalistas aos seus pacientes e por professoras sensatas aos seus aluninhos.

Faço parte do segundo grupo, mantenho o hábito de escrever desde os primórdios. Comecei rabiscando as letras do alfabeto nos cadernos de receitas da minha mãe. Na época renderam muitas broncas, mas hoje ela guarda estes cadernos rabiscados como relíquia da minha infância.

Mais tarde encontrei no sótão um antigo livro de poesias do Castro Alves, obra completa. A menina de seus dez anos não entendia um terço do que lia naquelas páginas e ficava horas procurando o significado no dicionário. Depois reescrevia tudo com as palavras que compreendia.

Mas e as rimas?

Não importavam, o objetivo naquele momento era entender a mensagem do autor.

Depois vieram as recomendações de leitura da série Vagalume, foi quando conheci Marcos Rey e Pedro Bandeira. Agora não me contentava em apenas ler, tinha que eu mesma criar as minhas histórias mirabolantes e foi o que fiz aos doze anos.

Há pouco tempo encontrei todos os diários desta época e os originais do meu primeiro “romance”, se é que se pode chamar assim uma história fantasiosa de criança. Foi maravilhoso relembrar alguns momentos, pessoas que inspiraram meus primeiros personagens, links há muito esquecidos.

Um exercício saudável para reafirmar o poder da escrita, principalmente para os que também escrevem.

Por quê?

Mesmo após anos e anos, relendo os diários recordei cenas e momentos como se os tivesse revivido na mesma proporção.

Hoje os sentimentos expostos nos textos são diferentes, não mais verdadeiramente inocentes, sempre acompanhados de uma pitada de malícia ou alguma idéia implícita.

É o preço da vivência, do tempo que inexoravelmente passa, substituindo a ingenuidade pela palavra certa, afiada e premeditada para causar algum sentimento em quem lê.

Muitos chamam de técnica, eu de amadurecimento literário.

E assim, continuo exercitando, mesmo com textos que jamais serão lidos por outros olhos além dos meus. São textos que daqui a alguns anos proporcionarão outros momentos nostálgicos. E assim sucessivamente.





Arrebatador!

12 02 2010

“O corpo tem seu próprio modo de saber, um conhecimento que tem pouco a ver com lógica, e muito a ver com verdade; pouco a ver com controle, e muito a ver com aceitação, pouco a ver com divisão e análise e muito a ver com união”.

Marilyn Sewell

Hoje eu quero um corpo. Nada de inteligência, QI elevado ou papos sobre neurociência avançada. Hoje será apenas anatomia.

Fútil? Não sei. Visceral seria mais adequado, muito mais Baco do que Hermes. Corpo sobrepondo mente, sensações prevalecendo sobre valores.

Quero um coração pulsando acelerado, não de paixão e sim de completo êxtase. E que seja seguido de olhos sagazes, não para mirarem o desejo, mas para enxergarem além.

A vontade de hoje é encontrar Zeus ao modo de Baco, trilhando o caminho frenético da loucura. Pegarei emprestado o seu estado de espírito tresloucado para compreender as mais profundas verdades da essência humana.

Talvez desta forma eu consiga amainar a chama que arde no peito e sacie a sede de liberdade, que faz de mim uma eterna buscadora.

A ordem de hoje é equilibrar as horas celibatárias com momentos de completa luxúria, assumindo o papel de bacante que me cabe e concedendo a um escolhido a oportunidade de comungar com os Deuses através do santuário do meu corpo.

Através dos ritos dos antigos mistérios quero provar a sensação de morte e encontrar a essência divina, transcender os limites da mente consciente. Neste momento nada de harpas ou anjinhos flutuando sobre nuvens, quero ouvir o som de tambores!

E quando retornar desta jornada, desejo ter a sensação de que o som dos tambores nada mais eram do que as batidas do meu coração.

A juventude de Baco

” The Youth of Bacchus” (1884), de William Adolphe Bouguereau.





Evento: “A Ficção Científica”

9 02 2010

“Quem nunca imaginou cenários fantásticos com carros voadores, armas lasers, viagens interplanetárias. Quem no planeta não conhece a respiração de Darth Vader ou as orelhas pontudas do Sr. Spock?

Seja as maravilhas encantadoras de desenhos como Os Jetsons, filmes séries que passavam nos tempos de nossos avós ou bisavós como Flash Gordon nos cinemas, com sua ingenuidade sobre o futuro da humanidade até o preconceito e a xenofobia de Distrito 9, a ficção sempre esteve a frente da ciência e nos trouxe calorosas discussões.

Um mundo maravilhoso onde a humanidade trabalha em conjunto como a de Star Trek, ou uma caótica com problemas ambientais de Blade Runner, a verdade é única: a ficção cientifica é muito mais do que uma simples ficção.

E no dia 20 de fevereiro, a partir das 14h30, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, o assunto será “A Ficção Cientifica”. Venha bater um papo com autores e editores, que falarão sobre o mercado nacional de ficção, como tornar-se um escritor, assistir a alguns episódios de seriados que fazem ou fizeram época.”


Serviço:

Data: 20/02/2010.

Local: Livraria Cultura – Shopping Bourbon (Rua Turiassu, 2100 – Perdizes).

Horário: 14h30 às 17h30.

Organização: Aumanack.

Apoio: Livraria Cultura.

Presenças de:

Alan Uemura, editor do site Aumanack;

Renato Azevedo, co-editor do Aumanack, consultor da revista UFO e autor do livro “De Roswell a Varginha” (Tarja Editorial);

Cristina Lasaitis, autora do livro “Fábulas do Tempo e da Eternidade” (Tarja Editorial);

Nelson Magrini, autor do livro “Relâmpagos de Sangue” (Novo Século) e “Os Guardiões do Tempo” (Giz Editorial);

Gianpaollo Celli, editor da Tarja Editorial;

Adriano Piazzi, editor da Aleph;

Rodrigo Coube, editor da Idea Editora e  

Marcus Vinicius, Presidente da Comunidade 007 Brasil, e advogado especialista em direito autoral.

Para maiores informações: aumanack@yahoo.com.br





Sherlock Holmes

18 01 2010

 

Banner Sherlock Holmes

Mal resenho os livros que leio, quem dirá falar sobre os filmes que me levam ao cinema. Vez ou outra saio do casulo e aposto em algum filme. Desta vez a aposta foi em Sherlock Holmes. Tiro certeiro. Com Robert Downey Jr no papel do famoso detetive de Sir Arthur Conan Doyle e Jude Law como o inseparável companheiro de investigações John H. Watson.

O roteiro é recheado de tiradas instigantes, diálogos rápidos e deduções a partir de detalhes aparentemente sem importância. O Sherlock Holmes de Guy Richie, diretor da produção, é um homem excepcionalmente inteligente, de hábitos um tanto excêntricos, apreciador de lutas de boxe, apostando e também participando dos combates e que divide o apartamento com o melhor amigo e ex-membro do Departamento Médico do Exército, Dr. Watson.

Com a ajuda de Watson, Holmes investiga um estranho caso envolvendo Lord Blackwood e quatro mulheres assassinadas em rituais de magia negra.

Entre deduções certeiras e a implicância com Mary, noiva de Watson, Holmes reencontra uma antiga paixão: Irene Adler, paradoxalmente uma ladra de fama internacional.

O enredo é conduzido de maneira fluída, com cenas ágeis, mas com explicações detalhadas do protagonista, para que ninguém perca nenhum detalhe da sua linha de raciocínio.

A única cena que achei um pouco forçada foi quando Watson, que acabava de se recuperar de um ferimento no braço, se livra da tipóia cenas antes e com o mesmo braço antes danificado, auxilia Holmes em uma fuga. Fora este detalhe, o roteiro é muito bom, afinal é um filme de ficção, não é mesmo?

A trilha sonora também é cativante, principalmente nas cenas de luta, evocando uma atmosfera cômica e frenética em muitas cenas.

Saí do cinema satisfeita com a escolha do filme. Nunca li nada de Conan Doyle e Sherlock Holmes era o típico personagem que cresci ouvindo falar a respeito, mas conhecia apenas o básico, sem profundidade alguma. O filme deixou uma ótima primeira impressão, com todos os ingredientes que me atraem: tiradas inteligentes, apreciação de detalhes, suspense na medida certa, trilha sonora adequada, com cenário e figurino do final do século XIX convincentes.

Detalhe: na minha pequenina fila de leituras uma nova aventura de Holmes (“Um estudo em Vermelho”) aguarda a vez. A conferir.

E por enquanto aguardarei a estréia de Alice, a menos que neste ínterim algum outro filme chame a atenção. Quem sabe o “Homem de Ferro 2”? 🙂





O guardião da fila

11 01 2010

 

Leituras

Sei que ao longo do ano a fila de leitura vai aumentar, eu me conheço. Comecei 2010 bem… Bem atrasada na leitura!

Por enquanto a fila está assim:

1- O Banquete (Platão);

2- Macbeth (William Shakespeare);

3- Hamlet (William Shakespeare);

4- A Comédia dos Erros (William Shakespeare);

5- Além do bem e do Mal (Friedrich Nietzsche);

6- Elogio da Loucura (Desidério Erasmo);

7- Pulp (Charles Bukowski);

8- O Perfume (Patrick Süskind);

9- O Médico e o Monstro (R. L. Stevenson);

10- Um estudo em vermelho (Arthur Conan Doyle);

11- Neuromancer (William Gibson);

12- O Guia do mochileiro das Galáxias (Douglas Adams);

13- Fahrenheit 451 (Ray Bradbury);

14- O Protocolo de Anúbis (William Goldoni);

15- Palhaços Sagrados (Tony Hillerman);

16- Os Filhos de Anansi (Neil Gaiman);

17- O Martelo de Deus (Arthur C. Clarke);

18- Viagem ao centro da Terra (Julio Verne);

19- Hannibal, A Origem do mal (Thomas Harris);

20- A Hora das Bruxas, Volume I (Anne Rice);

21- A Hora das Bruxas, Volume II (Anne Rice);

22- O Homem de Gelo (Philip Carlo);

23- Sombras da Noite (Stephen King);

24- Memórias de uma Gueixa (Arthur Golden);

25- A Paixão de Maria Madalena (Juan Tafur);

26- Beltimore e o Vampiro (Mike Mignola e Christopher Golden);

27- Contos Inacabados (J. R. R. Tolkien);

28- Piratas – Uma história geral dos roubos e crimes de piratas famosos (Charles Johnson);

29- Cavalo de Tróia 1: Jerusalém (J. J. Benitez);

30- Cavalo de Tróia 2: Massada (J. J. Benitez).

 Uma pretensa escritora que nunca leu Shakespeare? Vergonhoso, mas verdadeiro. E para me redimir deste terrível pecado, planejo ler três livros dele, além do DVD de Hamlet para complementar a leitura.

Nietzsche? Conheço algumas de suas frases de efeito e só. Por enquanto.

O Guia do Mochileiro das Galáxias: Alerta de perigo! Sei que são uns quatro, cinco livros, já pensou se me dá na veneta de ler TODOS? Ai…

Os Filhos de Anansi do Neil Gaiman… Prá não falar da série SANDMAN, que apesar de não mencionada na fila de leituras, está na espera de eu encontrar os volumes 2 (A Casa de Bonecas), 3 (Terra dos Sonhos) e 4 (Estação das Brumas) para completar a coleção. Sim, é bichisse da Loo mesmo, confesso.

Viagem ao centro da Terra: Apesar de algumas pessoas terem mencionado que o meu conto “Abaixo de Nós” do volume 2 da coleção Paradigmas lembra este romance do Julio Verne, eu ainda não li, mas fiquei curiosa. Mais um na fila!

O Homem de Gelo foi emprestado por um colega de trabalho que sabe dos meus gostos mafiosos. Será prioridade nas leituras, claro.

Stephen King é outro pecado mortal na minha vida. Também nunca li uma linha sua, mas a redenção virá com Sombras da noite, uma coletânea de contos.

Memórias de uma Gueixa, assim como Hamlet e O Perfume, terá a dobradinha que venho fazendo muito ultimamente: livro + filme. Ano passado foi assim com Harry Potter, O Senhor dos Anéis e As Brumas de Avalon. Recomendo fortemente esta prática, é bem interessante observar o mesmo enredo em outras mídias, sob óticas diferentes.

E A Paixão de Maria Madalena evidencia a minha fascinação por esta personagem tão controvérsia, que ostenta uma miríade de interpretações em torno de si: Nobre ou Prostituta? Amante ou Aprendiz? Santa ou apenas mulher?

Pois bem, são estes os livros que estão aguardando pacientemente sua vez de serem devorados. O gato preto se limita a desdenhar, observando a fila de livros executar movimentos sanfonados, ora crescendo, ora diminuindo, para em seguida crescer ainda mais, motivada pela sede curiosa de sua dona. 🙂





Abecedário de Promessas

22 12 2009

2009 se preparando para dizer “FUI!”. Nestes derradeiros dias do ano muitas pessoas refletem sobre o ciclo que se completa e fazem o balanço do famoso “Foi Bom”, “Foi Ruim”.

Eu também não escapo destas reflexões e posso dizer que, de um modo geral, 2009 foi um ano excelente, onde conquistei muitas coisas, a maioria de forma inesperada, o que foi ainda melhor.

E prá 2010, seguindo a linha da minha religião (A vida é uma festa!) planejei algumas ações, são elas:

Amar! Não apenas pessoas, amigos, mas também projetos, livros, lugares, guloseimas…

Beber! Porque eu também sou filha de Deus!

Celebrar! Vitórias, aprendizados, conquistas, a sexta-feira…

Dançar! Muito, bastante, demais.

Escrever! Muito, bastante, demais.

Fotografar! Todos os momentos que merecem ser eternizados.

Gastar! Conscientemente.

Humanizar! O mundo precisa disso.

Inventar! Novas formas de se divertir e ser feliz.

Jejuar! Salada de jiló ou quiabo no almoço? Vamos jejuar!

Kibon! Sorvete, sorvete, sorvete!

Ler! Muito mesmo, nunca é demais.

Música! Adoro!

Nadar! Aprendi, mas tenho que aperfeiçoar.

Ouvir! O que vale a pena ser ouvido.

Priorizar! A família, as verdadeiras amizades, os projetos pessoais.

Questionar! Jamais me conformar com o óbvio, buscar respostas concretas.

Rir! De tudo e de todos, contudo consciente da hora de ser séria.

Sacudir! A poeira e seguir em frente.

Tolerar! Algumas criaturinhas, modelos de como NÃO levar a vida.

Universo! Continue sempre conspirando a meu favor!

Viajar! Prá perto, prá longe, em pensamento…

Www! Ficará rapidinha lá em casa, prometo!

Xeque-mate! Em tudo o que não servir mais, considere aqui projetos, fatos e crenças.

Yoga! Tudo de bom!

Zuar! Os que são muito críticos ou negativistas, xô! Sai prá lá!

E vambora prá 2010! 😉





Gerenciando como a Máfia

23 11 2009

“Você consegue muito mais com uma palavra amável e um revólver do que apenas com uma palavra amável”.

– Al Capone –

No início deste ano planejei reescrever um dos meus romances e o eleito foi escrito há uns dez anos. É sobre a máfia italiana, assunto que muito me agrada não apenas pela tensão de saber quem será o próximo a morrer ou que plano oculto vai emergir no momento seguinte, mas por sua lógica diferenciada e a psicologia dos personagens.

Enfim… Um conjunto de acontecimentos fez com que eu optasse por postergar este projeto, ao menos por enquanto. Mas ao longo do ano, enquanto colhia dados para pesquisar o assunto, vi na mesa de um dos gerentes da empresa um livro que imediatamente me chamou a atenção.

“Gerenciando como a Máfia”: Um guia para o Maquiavel empresarial.

Não sei se por estratégia de marketing, ou para dar ênfase aos ensinamentos, o autor do livro se oculta pelo pseudônimo “V”. Nas primeiras páginas do livro o leitor encontra a explicação:

“V, que “assina” este texto, é um capo de renome que mantém vários endereços por todo o mundo. Sua residência atual é um segredo guardado a sete chaves”.

O livro está dividido em três partes, “Administrando a si próprio”, “Administrando os outros” e “O resto da coisa”, numa linguagem irônica e bem humorada, o autor fala dos objetivos de quem almeja o poder corporativo e, de forma fria, como agir para criar as oportunidades e fazer acontecer.

No final de cada uma das três partes do livro os ensinamentos são solidificados com a seção “Axiomas”, com várias frases de efeito, que comprovam a teoria mafiosa do autor. Seguem alguns exemplos:

“Pode-se esconder o fogo, mas não a fumaça”;

“É melhor que os seus inimigos o considerem louco, ao invés de sensato e racional”;

“A necessidade quebra todas as leis”;

“Sempre puxe a serpente para fora da cova, com a mão de outro”;

“Puna um, eduque cem”.

Agora muitos sabem a fonte de onde tiro as frases mafiosas que costumo colocar no GTalk para inspirar meu cotidiano corporativo, porque em determinadas empresas só gerenciando como a máfia!

Dados técnicos:

 O Livro

V., “Gerenciando como a Máfia”; tradução de Maria Lucia Cavinato.

São Paulo: Nobel, 2002.

Título Original: The Mafia Manager.

ISBN: 85-213-0963-5.

120 páginas.





Vozes do limbo

21 07 2009

Hã!?

Sim e não. Sim, pois admito que o blog acumula uma fina camada de poeira, deixando a impressão de completo abandono e a desistência de sua dona de atualizá-lo.

Mas não se enganem! É apenas uma mera impressão.

E não, não fui para o Nepal (muito embora em alguns momentos tenha a incontrolável vontade de passar um tempo indeterminado por lá), não estou contribuindo para aumentar as estatísticas dos afetados pela Gripe A e o silêncio é momentâneo devido a uma série de fatores, tanto particulares quanto profissionais (quem mandou trabalhar com TI? Agora agüenta!).

Contudo, para desespero da oposição e alegria dos amigos e leitores deste espaço, em breve novos textos estarão por aqui, além de uma reformulação no blog como um todo.

Esta é a arte interessante de manter este espaço: o direito de reestruturação do seu conteúdo, a qualquer tempo.

E sinceramente, espero em breve estar de volta! 😉